quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Lógica, uma amante maldita - Crítica de Logicomix



Você já foi apaixonado por uma pessoa durante tanto tempo, ama suas características, ama quem ela é e, de repente, descobre que ela não é nada daquilo?
Bertrand Russel era assim. E a amante enganadora era a Lógica, assunto de Logicomix - Uma Jornada Épica em Busca da Verdade (Editora Martins Fontes - 2010) que os gregos Apostolos Doxiadis, Christos H. Papadimitriou, Alecos Papadatos e a argelina Annie di Donnanos trazem.
Uma tragédia, como diz Apostolos em uma das diversas autorreferências (bem pontuadas, em que você acompanha o processo de criação da história por dentro da mente dos criadores) que faz durante todo o livro, a história da lógica é a história daqueles que amam a razão e lutam para provar que ela é tudo. Ao longo da vida de Bertie Russel vemos passar outros grandes pensadores que vão, ao longo da história, descobrindo que a lógica não é exatamente infalível, mas uma amante depravada, que hora está entregue aos encantos da razão, hora flerta com a emoção. Cantor, Hilbert, Wittgenstein, todos se entregaram a uma busca infrutífera pensando que, encontrando a raiz da lógica, encontrariam a raiz da matemática e, encontrando a raiz da matemática, explicariam o universo.
Mas o universo é feito de muito mais que simples números e limitada lógica. Wittgenstein foi quem chegou mais perto desta verdade, mas ainda passou a milhas dela. Eles não admitiam nada que não se pudesse explicar ou provar empiricamente. Descendentes da descrença, não sabiam que a lógica é amante caprichosa e suas bases bamboleiam mais que cntura de cabrocha na passarela.
Sim, uma amante caprichosa por quem me apaixonei durante o livro. Estou procurando mais coisas do Russel e do Wittgenstein (especialmente ele...). Será que ao longo dfas vidas eles conseguiram aceita-la como ela é: volátil, escusa e misteriosa?

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