terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bíblia de Revelação Profética

Eu já a tive uma vez. Tornou-se presente a um discípulo especial. Senti falta de seus estudos. A profecia sempre é algo que nos atrai, sendo cristãos ou não.

A maioria das pessoas quer entender o que nos espera no futuro. Alguns buscam cartomantes e métodos esotéricos para conseguir informações. Outros buscam na Palavra de Deus as respostas para tais questões.

A Bíblia de Revelação Profética (SBB - 2010) quer dirimir algumas destas questões. Organizada por John C. Hagee já foi lançada no Brasil anos atrás pela editora Atos com o nome de Bíblia de Estudos de Profecias. Lembro que foi uma febre na época. Todos tinham uma.

Como a editora saiu do mercado, a SBB achou por bem retraduzir os estudos, atualizar o layout, modernizar a bíblia como um todo. A tradução escolhida para o texto bíblico foi a Revista e Corrigida (a melhor tradução em português, na opinião deste crítico), visto que, para o estudo bíblico das profecias referentes ao final dos tempos, é necessário um texto fiel ao máximo para que palavras não tomem duplos sentidos.

Os estudos, aliás, estão todos lá. No aspecto do conteúdo objetivo não houve mudanças. O grande momento desta bíblia são os quadros temáticos com as questões mais importantes sobre a profecia, as grandes promessas de Deus e um estudo devocional dos Salmos chamado Pérolas para a Vida Diária, que trata de problemas contemporâneos com uma visão bíblica e profética que vale a pena estudar.

Ter esta bíblia de volta é a resposta a expectativa do grande público. Um dos best sellers do estudo cristão contemporâneo não podia ficar fora do mercado. Afinal, as perguntas sobre o que nos reserva o tempo de Deus sempre nos incomodaram e ter uma arma para estudar este tempo é um benefício do qual nenhum cristão pode ser privado.

Bíblia de Revelação Profética

Recursos:

Texto bíblico ARC
Letras vermelhas
Introdução e esboço a cada livro bíblico
Quadros temáticos (As 20 questões mais importantes sobre profecia; Pérolas para a vida diária; Grandes promessas de Deus; A grande salvação de Deus; Evidências; Porta-vozes de Deus; Alfa e Ômega; Quadros ilustrados e gráficos; Notas de estudo)
Notas e referências
Índice temático
Cronologia do AT
Introdução à descrição visual da Bíblia
Cronologia Bíblica
Profecias messiânicas cumpridas em Jesus Cristo

Descrição do Produto

Título: Bíblia de Revelação Profética
Código: ARC082BRPLV
Formato: 17,0 x 23,5 cm
Páginas: 1.680
Encadernação: capa em couro bonded impressa
Preço: R$ 89,90.

Informações sobre pontos de venda podem ser obtidas pelo 0800-727-8888


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

JESUS: MAIS QUE UM NOME, UMA PESSOA


Agora que nos aproximamos novamente do Natal, as pessoas, mesmo não se dando conta, “esbarram” numa pessoa chamada Jesus Cristo e as perguntas recorrentes voltam: “Por quê? Pra que Jesus?”


Jesus foi a mais influente personalidade de toda a história humana. Tanto para os que creem ou não, são inegáveis sua missão e seu legado para a humanidade. Incrível pensar que alguém nascido há mais de dois mil anos continue presente em diversas esferas de nossa sociedade e o impacto de seus ensinamentos ultrapasse os dois bilhões de cristãos, atingindo em alguma dimensão cada habitante do planeta.

Divinamente humano, mas extraordinariamente comum. É assim que o autor Max Lucado define Jesus Cristo em seu novo livro “Seu Nome é Jesus” (Editora Mundo Cristão), no qual apresenta a vida de Cristo desde o seu nascimento até a ressurreição, por meio de ilustrações belíssimas, com paisagens naturais e elementos da criação, impressas em papel de alta qualidade, com capa dura, em um box especial para presente. A vida de Jesus Cristo vai se descortinando em cada página, nas quais Lucado busca revelar ao leitor o lado espiritual e humano de Jesus.

Para o autor, Jesus não pode ser considerado simplesmente um bom mestre. “Suas declarações são demasiadamente ultrajantes para limitá-lo à companhia de Sócrates ou Aristóteles. Também não podemos categorizá-lo como mais um dos muitos profetas enviados para revelar verdades eternas. Suas próprias declarações eliminam essa possibilidade”, afirma Lucado. O período histórico no qual Jesus Cristo está inserido é a Idade Antiga (4.000 a.C. até 476 d.C.). A vida de Cristo é envolta em mistérios e imprecisões. Jesus não deixou documentos escritos do próprio punho. Sua passagem pelo planeta também deixou poucos vestígios arqueológicos e documentais.

Porém a História de Cristo é uma das mais conhecidas no mundo, principalmente no ocidente, onde a história se divide em A.C e D.C. Desde então, o Cristianismo cresceu assustadoramente e os primeiros cristãos marcaram a História do período final da Idade Antiga.

Nenhuma religião deixou tamanho legado para a humanidade. Jesus Cristo transcendeu a religião judaica e transformou o mundo para sempre e ainda hoje transforma a vida daqueles que o permitem.

Este livro nos convida a descobrir quem é Jesus. Ele era e é tangível, acessível e alcançável, completamente humano e completamente divino. Estas são algumas das afirmações que Lucado faz.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SBB promove confraternização com pastores

A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) promoverá, no dia 22 de outubro, o VI Café de Confraternização com Pastores da Grande São Paulo, que tem como objetivo divulgar os materiais alusivos ao Dia Bíblia de 2010. O encontro será realizado no Museu da Bíblia, em Barueri (SP), às 08h30. São aguardados pastores e lideranças religiosas da Grande São Paulo, que serão recepcionados com um café da manhã.

Celebrado no segundo domingo de dezembro, o Dia da Bíblia de 2010 terá como tema “A Bíblia na Família”. Para comemorar a data, a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) incentivará as igrejas a celebrar cultos especiais de louvor a Deus por sua Palavra, levantando ofertas para a Causa da Bíblia, tendo como foco especial o programa da SBB “A Bíblia e a Família”. As ações incluem a realização de eventos como o Pedalando por Bíblias em várias cidades do Brasil, além da distribuição de seleções bíblicas e planos de leitura, para adultos e crianças. “A estimativa é distribuir 15 mil Planos de Leitura da Bíblia e cinco mil Planos de Leitura Infantil, além de 300 mil seleções bíblicas”, afirma Mário Rost, gerente de Desenvolvimento Institucional da SBB e coordenador da campanha. Segundo ele, a meta é que sejam realizados 100 eventos com a participação de igrejas.

Para dar base à campanha de 2010, foi selecionado o texto do livro de Provérbios 14.26: “No temor ao Senhor, o homem encontra um forte apoio e também segurança para a sua família”. “Todos nós somos família de Deus e é ele quem nos dá segurança, conforto e orientação para a vida. Por isso, é importante estimular a participação de todos, para perpetuar a data como um dia para se reverenciar as Sagradas Escrituras”, destaca o coordenador da campanha.

Entre os itens desenvolvidos para estas celebrações – que serão apresentados durante a Confraternização no Museu da Bíblia –, estão modelos de camisetas, cartazes, envelopes e urnas para captação de recursos, além de cofrinhos para as crianças também ofertarem. No site www.sbb.org.br, haverá ainda outros materiais para download, como músicas, poesias e mensagens.

Confraternização com Pastores e divulgação dos materiais para o Dia da Bíblia

Data: 22 de outubro de 2010

Local: Museu da Bíblia

Horário: das 08h30 às 11h30

Inscrições e informações: relacionamento@sbb.org.br ou pelos telefones (11) 3474-5828 e 0800 727 8888.

O Dia da Bíblia – Criado em 1549, na Grã-Bretanha pelo Bispo Cranmer, o Dia da Bíblia começou a ser celebrado no Brasil em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários evangélicos. Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), em 1948. Graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado pela SBB, as comemorações se intensificaram e diversificaram, passando a incluir a realização de cultos, carreatas, shows, maratonas de leitura bíblica, exposições bíblicas, construção de monumentos à Bíblia e ampla distribuição de Escrituras – formas que os cristãos encontraram de agradecer a Deus por esse alimento para a vida.

O Programa A Bíblia e a Família – Esse programa visa oferecer apoio espiritual e assistencial a pessoas em situação de risco social. O programa busca o fortalecimento da família, maternidade, infância, adolescência e velhice, por meio, principalmente, da distribuição gratuita de literatura bíblica. Desenvolvido em parceria com organizações governamentais e não governamentais, o programa também dá apoio a eventos de promoção à cidadania. Com isso, contribui para o fortalecimento psicológico e espiritual do beneficiado, além de estimular a união familiar. É desenvolvido por meio de dois projetos: o Família e Cidadania e o Terceira Idade.

sábado, 9 de outubro de 2010

Magneto: Testamento


Desde Maus eu ficava me perguntando quando iam tocar tão profundamente no assunto do holocausto em uma revista em quadrinhos. Fizeram em Magneto: Testamento uma seca homenagem aos sobreviventes do maior massacre sistematizado que já ocorreu. Milhões de Judeus morreram durante a segunda guerra mundial e falar sobre isso ainda é um tabu, de certa forma. Hoje temos Ahrmadinejad negando publicamente o holocausto, papas pedindo desculpa pelos erros dos alemães, um cenário propício para uma discussão sobre os males gerados por este evento de dimensões mundiais. Uma discussão que precisa ser feita em todas as áreas.

Nos quadrinhos não é diferente. Então, pegamos o vilão mais carismático da história da Marvel, um vilão que tem uma história que envolve este momento. Magneto, o homem que vive pro valores segregacionistas e que, paradoxalmente, é sobrevivente da segregação racial.

O ponto de partida é o jovem Max Eisenhardt, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz/Birkenau e futuro Magneto, o jovem Max tem facilidade para encontrar ouro no meio do campo de concentração, mas nada que se possa chamar de superpoder. A história não é sobre como ele os ganhou, mas sobre como ele sobreviveu e como viu seu povo sendo dizimado e como isso influenciou sua formação.

Paradoxalmente, no futuro, Magneto será um vilão segregacionista, que acredita na superioridade do Homo Superior, o mutante. Quer usar as mesmas armas das quais foi vítima. Ver esta história dá mais camadas de cinza para o preto e branco do maniqueísmo simplista dos gibis. Eisenhardt é um sobrevivente, alguém que luta para ter o que comer. Por ser um sobrevivente, fica fácil entende-lo quando se tornar Magneto.

Magneto precisa da sensação de pertencimento. Sente-se culpado, de alguma forma, por não ter ajudado mais judeus. Não quer sentir a mesma culpa novamente. Seus atos extremos são fruto da forma como aprendeu a exercer a força. O mais forte sobre o mais fraco, ostensivamente. Proteger seus irmãos mutantes passa a ser um legado, o testamento do título.

A arte é bonita, o texto tem diversas referências históricas que enriquecem a experiência, mas, se não fosse Magneto, seria uma história bastante clichê, com as mesmas reviravoltas de sempre e até alguns buracos de roteiro (como foi mesmo que o pai de Max salvou a vida do oficial nazista?). A identificação com Eisenhardt não é difícil, já que é um personagem deveras carismático. Quem não gosta do sobrevivente? Quem não gosta do garoto que quer salvar a garota? Quem não gosta do judeu que luta para sobreviver ao holocausto?

No final, se queremos conhecer Magneto, esta é uma história de base bastante forte. Porém, se buscamos algo novo sobre Auschwitz/Birkenau, este não é o lugar certo para procurar, já que a história é contada do ponto de vista de sempre: o sobrevivente que deixa um legado. Sou mais Maus, obviamente.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Entrevista: Catia Ana de O Diário de Virgínia

Sua arte é a junção da delicadeza com uma linguagem ousada e dinâmica que transcende o rótulo “quadrinhos”. Seu trabalho tem marcas pessoais muito fortes e uma sensibilidade marcante. Estou falando do trabalho de Catia Ana Baldoíno da Silva, artista que criou o Diário de Virgínia, uma história sobre o medo e nossa relação com ele.


Conversei com a Catia pelo MSN. Falamos sobre medo, trabalho, oportunidades
Web Benção
Esta questão do medo é muito atual. Quantas pessoas a gente conhece que ficam travadas por ele, não é?
Catia Ana
Nossa, acho que todo mundo né? Uma hora ou outra tem que encarar esse nosso amigo.
WB
Você o vê só como uma coisa negativa? Eu vejo que vc tem um carinho especial pelo Mike. Tem o lado positivo do medo, na sua opinião?
CA
Olha, o medo tem seu lado positivo. Faz parte do instinto de sobrevivência humana, precisamos do medo para nos manter vivos. Entretanto, quando ele toma uma proporção onde até as pequenas coisas são difíceis de fazer ele se torna um problema. Acho que o Mike me conquistou como personagem, porque ele é o medo, mas ele também sofre com isso. Ninguém que vive 100% com medo é feliz porque se priva de muitas coisas boas e oportunidades.

WB
Teve alguma ocasião destas com você? Perder oportunidades por causa de medo?

CA
Sim, essa é uma das coisas que tenho em comum com a Virgínia, por causa de ter medo eu sei que perdi muita coisa
WB
Por exemplo...

CA
Acho que especificamente na minha social e amorosa. Engraçado que outras coisas, como com os estudos ou empregos eu tive mais força para enfrentar meus medos.

WB
Acho que todos somos meio assim. Parece que o mundo nos prepara emocionalmente para vencermos profissionalmente, mas não nos relacionamentos.

CA
E para os mais medrosos isso se torna dolorosamente cruel mais tarde...
WB
A que você acha que se deve este seu desenvolvimento diferenciado na área profissional e na área social?

CA
Acho que no meu caso pode ter sido uma escolha, já que eu não me dava bem socialmente, pelo menos profissionalmente eu tentaria me sair melhor.

WB
Tímidos do mundo, uni-vos. Quando surgiu a idéia de criar o Mike, digo, personificar o medo?

CA
Surgiu enquanto eu fazia o "roteiro" do capítulo 1. Tem uma hora que a Virgínia encararia o medo, então eu pensei porque não fazer isso de fato? E depois ele acabou crescendo como personagem. Uma razão disso talvez tenha sido as tirinhas, ele acabou me conquistando com elas.

WB
O nome é inspirado em alguém? ou foi só uma escolha aleatória?

CA
Não me lembro como surgiu o nome. Eu queria um bem simples e fácil de lembrar. Engraçado que nem me lembro quais as outras opções que me surgiram

WB
O que você faz? Como trabalho formal? Trabalha com ilustração mesmo?
CA
Eu me formei em Design Gráfico e hoje sou programadora visual na Universidade Federal de Goiás. O meu trabalho aqui é essencialmente de design, diagramação. A ilustração é mais como um exercício criativo para mim. Tenho vontade de fazer trabalhos profissionais, mas ainda não chegou minha hora

WB
Outro dia vc publicou uma história que escreveu para uma amiga sua, como um livro infantil. já pensou em investir nesta área?

CA
Sim, eu gosto muito dessa área. Só me faltam oportunidades mesmo

WB
Muita gente se identifica com a Virgínia?

CA
Ela é fruto de uma fase meio down na minha vida. Legal que eu nem imaginava que poderia haver tanta idenficação de outras pessoas com ela também.

WB
Mas e a sua relação com a Virgínia. Ela é seu alterego, não é?

CA
Ela é minha porta-voz, já que eu não tive coragem para fazer um quadrinho 100% autobiográfico. Boa parte das bobagens que me afligem estão lá, afligindo ela também. Está sendo uma bela terapia dar vida à ela.

WB
Abre o coração, né?

CA
Demais. Eu sou uma pessoa super introspectiva, então acho que por um pouco das angústias para fora acaba ajudando.

WB
Quando podemos esperar o próximo capítulo da virgínia?

CA
Eu já estou na fase de esboços, a história ficou muito mais longa do que eu imaginava quando pensei nela. Vou tentar dar uma agilizada nesse feriado para tentar publicá-la ainda esse mês.

Abaixo você vê, com exclusividade, os esboços da história e os duendes cafeicômanos.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Lógica, uma amante maldita - Crítica de Logicomix



Você já foi apaixonado por uma pessoa durante tanto tempo, ama suas características, ama quem ela é e, de repente, descobre que ela não é nada daquilo?
Bertrand Russel era assim. E a amante enganadora era a Lógica, assunto de Logicomix - Uma Jornada Épica em Busca da Verdade (Editora Martins Fontes - 2010) que os gregos Apostolos Doxiadis, Christos H. Papadimitriou, Alecos Papadatos e a argelina Annie di Donnanos trazem.
Uma tragédia, como diz Apostolos em uma das diversas autorreferências (bem pontuadas, em que você acompanha o processo de criação da história por dentro da mente dos criadores) que faz durante todo o livro, a história da lógica é a história daqueles que amam a razão e lutam para provar que ela é tudo. Ao longo da vida de Bertie Russel vemos passar outros grandes pensadores que vão, ao longo da história, descobrindo que a lógica não é exatamente infalível, mas uma amante depravada, que hora está entregue aos encantos da razão, hora flerta com a emoção. Cantor, Hilbert, Wittgenstein, todos se entregaram a uma busca infrutífera pensando que, encontrando a raiz da lógica, encontrariam a raiz da matemática e, encontrando a raiz da matemática, explicariam o universo.
Mas o universo é feito de muito mais que simples números e limitada lógica. Wittgenstein foi quem chegou mais perto desta verdade, mas ainda passou a milhas dela. Eles não admitiam nada que não se pudesse explicar ou provar empiricamente. Descendentes da descrença, não sabiam que a lógica é amante caprichosa e suas bases bamboleiam mais que cntura de cabrocha na passarela.
Sim, uma amante caprichosa por quem me apaixonei durante o livro. Estou procurando mais coisas do Russel e do Wittgenstein (especialmente ele...). Será que ao longo dfas vidas eles conseguiram aceita-la como ela é: volátil, escusa e misteriosa?

Geração da Mudança em Santo André!


Não percam!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Essas mulheres...

Ando me surpreendendo com o estrago que algumas coleguinhas andam fazendo... Uns desenhinhos aqui, uma arte renovada aqui e um perfume de flores se espalha pelo universo dos quadrinhos, até agora dominado pelos homens.

A turminha do estrogeneo está com a bola toda. Aqui eu mando três meninas que têm me surpreendido nos últimos tempos.

A primeira tinha que ser irmã de quem é. Lu Cafaggi desenha o Los Pantozelos com sensibilidade muito próxima da do irmão Vitor Cafaggi do Puny Parker. Seus desenhos são bonitos e os temas são bastante ligados à vida das meninas. E (que o irmão dela não nos ouça) é uma gracinha de menina...

Imagine abstrair as paredes que o papel delimita na sua arte. Pois foi o que fez a Catia do Diário de Virginia. Idealize a subversão dos recursos e a utilização do espaço disponibilizado pelo site como uma grande tela, onde ela pode desenhar o que quiser. Ah, sim, é uma gracinha também...

A terceira, conheço já tem um tempão. A Ila Fox faz historinhas em quadrinhos para noivos, por exemplo, contando a historia dos dois, coisa linda. Seu traço tem um pouco de mangá, mas com um traço bastante pessoal e característico. Conta reminiscências da infância e algumas coisas que gosta ou não na vida. Ah, sim, ela também é uma graça, mas é casada, para felicidade do Ricbit, marido dela (com todo respeito, pelamordedeus...).

Ainda somo a estes três exemplos o trabalho que a Lu Cafaggi e mais duas amigas, Mariamma Fonseca e Samanta Coan fazem no Ladies  Comics, blog que fala sobre as mulheres nos quadrinhos. Tanto personagens como artistas são retratadas. Ah, sim, só para completar, tanto a Mariamma quanto a Samantha também são umas graças. Onde essas meninas se esconderam este tempo todo?

Em detrimento das brincadeiras, o que importa é que o talento destas artistas está se destacando cada vez mais no meio dos quadrinhos e das artes gráficas nacionais. Vale a pena acompanha-las e incentiva-las a continuar com sua arte. Afinal, este universo majoritariamente masculino merece um toque de mulherde vez em quando. Afinal, quem vai cozinhar enquanto estamos lendo gibis, não é? (brincadeeeeeeira, meninas... brincadeeeeeeira...)

domingo, 3 de outubro de 2010

Um conto de eleições

Luiz era um homem simples, mas conhecedor das leis brasileiras, um eleitor nato. Porém, neste ano, estava desanimado, triste, sentia-se realmente consternado pelas eleições atuais. Não via seus valores refletidos em nenhum dos candidatos que via na TV.


Chegando em casa, deu um beijo em sua esposa e subiu para tomar um banho. Na escadaria, sentado no cantinho, encolhido, estava o espírito do seu antigo amigo Inácio, outro dileto eleitor. Desdentado, vestia a camisa de um velho candidato a deputado, o boné de um senador e um bottom de presidente do Silvio Santos.

_ Inácio! O que está fazendo aqui?

_ Luiz, eu vim te alertar que esta noite você receberá três visitas importantes. Os espíritos das eleições virão ver você.

Luiz ficou um tanto incrédulo. Certamente que estes espíritos, já estando nos seus respectivos cargos, deveriam mandar apenas representantes que falariam por eles, já se fossem candidatos...

_ Mas terei que votar neles?

_ Não. Eles querem que você não vote em branco nem anule seu voto.

Luiz ficou calado, olhando para o espírito do amigo.

_ Mas e você? O que anda fazendo no céu?

_ Céu? Eu não estou no céu. Sou cabo eleitoral do Antonio Carlos Magalhães, preciso captar votos para ele no inferno. Só vim te avisar aqui porque tive uma folguinha. Se cuida, Luiz, vota certo, hein?

E sumiu.

Luiz estava realmente querendo votar nulo ou branco. Os candidatos estavam tão ruinzinhos que ele não sentia vontade de nada. Não queria ver o Brasil na mão de nenhum deles.

Esquentou o chuveiro, tirou a roupa e entrou. Deixou que a água quente caísse sobre seus ombros e o vapor subisse e tomasse todo o banheiro.

Então, no meio do silêncio, um grito ecoou dentro do banheiro.

_ Meu nome é Enééééééééas!

Luiz deu um pulo para trás dentro do box e pegou uma toalha. Então, do meio do vapor do banheiro emergiu aquela pequena figura de cabeça grande, óculos grandes e barba preta até o meio do peito. Quase não se via a gravata escondida sob a espessa massa de pelos.

_ Dizem que sou o candidato mais rápido das eleições, dizem que sou o mais louco, dizem tantas coisas sobre mim.

_ E o que você diz?

Ele fez silêncio e soltou

_ Eu sou Enéééééééas!

_ E o que você faz aqui no meu banheiro?

_ Você foi uma das 4.671.457 pessoas que votaram em mim em 94, não foi?

_ Fui.

_ E por que você votou?

_ Eu não queria votar em ninguém. Você era voto de protesto.

_ E o que o Brasil melhorou com o seu protesto?

_ Nada.

_ Então, porque você vai protestar agora?

Luiz ficou pensando enquanto a fumaça cercava a grande cabeça de Enéas e o fazia sumir no meio do vapor.

Depois do banho, Luiz, pelado, no quarto, abriu a porta do armário e pegou uma roupa.

No reflexo, viu Plinio de Arruda Sampaio, magro, vestindo o velho uniforme intgralista bege e uma peruca de Zé Bonitinho.

_ Anauê!

Luiz, novamente, sentiu-se envergonhado.

_ Eu sou o espírito das eleições presentes.

_ E porque a peruca de Zé Bonitinho?

_ É que eu sou o Perigote das mulheres...

Ele falou isso puxando um grande pente vermelho do bolso de trás do uniforme caqui.

_ Plinio, eu estava pensando em votar em você.

_ E por quê?

_ Hã... não sei. Acho que é voto de protesto...

_ E o que seus votos de protesto trouxeram para você até agora?

Luiz pensou...

_ Nada.

Plinio levantou-se rápido da cama deu um giro de 360, puxou o nariz.

_ Come on here, please... vou te dar um tostão da minha voz.

Um misterioso microfone de rádio surgiu do alto do quarto enquanto Plínio cantava mal e porcamente uma música americana.

_ Agora, vou embora.

Saiu em pequenos passos pela porta do quarto enquanto Luiz vestia-se novamente e se preparava para dormir.

Avisou a esposa que estava indo dormir e subiu novamente para o quarto. Quando deitou, notou que a cama não estava vazia. Puxou o edredon e deu de cara com o Tiririca com seu indefectivel chapeuzinho e um terno armani de primeiríssima qualidade.

_ Oh, abestado! Que bom!

Luiz pulou da cama. Podia aceitar o Enéas no banho, o Plínio falando Anauê e o vendo pelado, mas o Tiririca em sua cama, de jeito nenhum.

_ Vai me dizer que você é o espírito das eleições futuras?

_ Eu sou.

_ E porque você?

_ Porque eu vou ganhar para deputado nestas eleições, abestado. E na próxima eu saio prá presid...

Luiz não o deixou terminar. Pulou sobre o candidato e esmagou seu pescoço. Podia aceitar votar com protesto novamente, mas voto de anestesia, nem morto.

Coeur de Pirate


sonzinho gostoso desta francesinha. Vale uma orelhada. Não sei se é porque eu gosto tanto de folk, mas é tudo de bom.

Aproveitem!

Comme des Enfants

Música lindinha, clip romântico... tudo bem folk, bem indie... exatamente como eu gosto.

sábado, 2 de outubro de 2010

Parabéns, Minduim!


Charlie Brown apareceu pela primeira vez há exatos 60 anos. Sim, hoje ele teria artrite, ou alguma coisa assim, se fosse de verdade...

Charlie era a síntese do fracassado. A Pollyana que existe em cada um de nós. Aí reside sua beleza.

Ele nunca desistiu de tentar chutar a bola de futebol americano, nunca desistiu de tentar conquistar a garotinha, nunca desistiu de tentar pegar a bola de baseball. Não, Charlie nunca desistiu e nos cinquenta anos em que foi publicado (O autor Charles Schulz morreu em 2000, nunca deixando que ninguém mais desenhasse os personagens de seu universo) são incontáveis as vezes em que a derrota o afligiu e poderia ter derrubado.

Porém, não derrubou.

Se nós todos agíssemos da mesma forma certamente nos tornaríamos inesquecíveis como ele.

Portanto, abra um sorriso, se as coisas não estão dando certo, não desista. Saiba que elas ainda darão errado por muito tempo, mas nem por isso a gente pode desistir de tentar.

Crises existenciais...

Se eu tenho uma crise existencial, o que faço? Pego a bicicleta, saio andando por aí, rodo até a praia, sento de frente para o mar, pego um sorvete, tomo, chorando, volto para a casa, encosto a cabeça no travesseiro e durmo.

Se a Julia Roberts tem uma crise existencial ela viaja pelo mundo durante um ano.

Sim... UM ANO!

Ontem assisti a Comer Rezar Amar e devo dizer que é um filme gostoso de assistir. Longo, sim, mas gostoso.

Tudo começa quando Liz entra em parafuso, se separa depois de um casamento de oito anos, se envolve com um jovem ator adepto das religiões orientais, se separa deste rapaz e resolve que precisa se encontrar.

Nada melhor do que procurar fora o que você não encontra dentro. Pois Liz foi fazer exatamente isso.

Liz é interpretada por Julia Roberts. Não é surpresa que ela esteja irregular no papel. Em alguns momentos, excepcional, em outros, insossa, como se estivesse plugada no automático, mas isso não compromete a película, pois ela foi cercada de ótimos atores, gente do calibre de Richard Jenkins que tem a melhor cena do filme, quando conta o que está fazendo no mosteiro iogue na India. Interpretação digna de um oscar, sinceramente (mas sempre é, quando falamos dele).

Temos, também, Javier Bardem, o grupo da Itália e seu Dolce Far Niente, filosofia de vida do italiano baseada no não fazer nada (de onde eles tiram dinheiro, cazzo?), James Franco, repetindo o mesmo papel dos últimos 453 filmes em que esteve e não temos a mãe de Liz, que aparece no trailer mas que foi cortada do filme (aliás, andam fazendo muito isso, não é? onde está o beijo da Pepper Pots no elmo do Homem de Ferro em HF2?).

Por fim, a direção tão irregular quanto a interpretação de Julia Roberts tira do filme parte da beleza que poderia ter. A falta de unidade é esperada, visto que são três universos diferentes que Liz encara, porém, ela não parece carregar nada de um universo para o outro, não gerando conexão entre eles. As passagens são abruptas, repentinas e os ritmos de gravação diferentes. Fotografia? Até eu consigo fazer uma fotografia bonita em Roma, na Índia e em Bali, não é grande desafio (e ainda achei Bali desvalorizada, sinceramente). Mas uma coisa que se sente durante a última fase é como a Itália está distante. Talvez esta sensação seja fruto do tamanho do filme (140 minutos, pelamordedeus!), mas creio que é a falta de unidade mesmo.

A cena mais marcante está no trailer. A conversa entre Liz e Richard em um boteco na Índia onde ele fala para ela esvaziar a mente e então, quando o fizer, o universo vai preenche-la novamente, e tudo será como deveria ser. Liz cresce quando entende esta verdade, quando compreende que precisa se desvinciliar do passado para abrir as portas para o futuro, e esta é a grande lição do filme, uma lição que fica clara, fazendo com que a história alcance sua meta.

Bonito? Sem dúvida. Tocante? Muito. Forte? Um pouco. Identifico-me com Liz, não é difícil, afinal. Passou pelos mesmos questionamentos que eu tenho passado. Enquanto encaro a minha bicicleta em frente ao mar de Santos, ela viaja durante um ano pelo mundo. humpf...

Um excerto para falar do Manual de Redação da Folha de S. Paulo

Muito tempo atrás, quando estava na faculdade, fui obrigado (pelo professor Dirceu Fernandes Lopes, graças a Deus) a ler "Ilusões Perdidas", de Balzac. O livro conta a história de Luciano Chardon, vindo de uma cidadezinha minúscula, com um ego gigantesco, sendo engolido pela cidade grande (no caso dele, Paris).

Nesta obra magistral, Balzac desfia sua crítica à sociedade francesa, cria personagens memoráveis e faz um banquete, onde um editor saca o seguinte excerto:

"O Jornal, em vez de ser um sacerdócio, tornou-se um meio para os partidos, e de um meio passou a ser um negócio. Não tem nem fé nem lei. Todo jornal é uma loja onde se vendem ao público palavras da cor que deseja. Se houvesse um jornal dos corcundas, haveria de provar noite e dia a beleza, a liberdade, a necessidade das corcundas. Um jornal não é feito para esclarecer, mas para lisonjear opiniões. Desse modo, todos os jornais são covardes, hipócritas, infames, mentirosos, assassinos. Matamos as idéias, os sistemas, os homens, e, por isso mesmo, hão de tornar-se florescentes. Teremos a vantagem de todos os seres pensantes: o mal será feito sem que ninguém seja culpado. Seremos todos inocentes, poderemos lavar-nos as mãos de todas as infâmias, afinal, os crimes coletivos não comprometem ninguém. O jornal pode-se permitir a atitude mais atroz. Ninguém se julga culpado por isso."

Forte, mas atual, esta frase ecoa ainda hoje nas redações do mundo todo. O que era para ser sacerdócio, a "razão de viver", não é mais que um negócio, que precisa ser entendido como tal.  Servmos a um fim e, enquanto imprensa, nossos conceitos foram corrompidos, nossas bases abaladas, um novo mundo surge diante de nós.

Porém, ainda existem lugares onde conceitos como este são combatidos. Não se trata da inocência de achar que o jornalismo é mercado pela isenção, mas não podemos aceitar uma corrupção sistêmica em todos os meios de comunicação. As grandes mídias ainda lutam para conseguir um pouco de isenção, ainda que seja marcada pela necessidade de anúncios, o que faz com que os interesses comerciais e financeiros estejam à frente dos interesses políticos. Ainda que hajam interesses, eles lutam para mante-los sob controle.

Comprei o Manual de Redação da Folha de S. Paulo e, no primeiro capítulo, o Projeto Folha me mostra que quer ser diferente de tudo o que aquele personagem falou. Vejo um jornal lutando para ser independente, sabendo das amarras que o aprisionam, que os interesses deste mundo novo que emerge da queda do Muro de Berlim são muito mais difíceis de se identificar. Não trabalhamos mais com arquétipos, mas com tons e mais tons de cinza em um mundo onde "bem" e "mal" são conceitos vagos, como "céu" e "inferno".

Deste capítulo, destaco o seguinte pensamento:

"Conceito sempre difuso, a opinião pública ganha unidade com a convergência geral de idéias, mas se dispersa numa segmentação de interesses que desafia a linguagem em comum. O jornalismo reflete fraturas e deslocamentos que ainda estão por mapear e se defronta com dilemas capazes de pôr seus pressupostos em questão: o que informar, para quem e para quê?"

Sim, um paradoxo bastante ferino este. Um paradoxo com o qual todos os veículos de comunicação precisam lidar. Que interesses estão envolvidos no mundo globalizado que enfrentamos? Esta é uma discussão mais longa que o jantar descrito por Balzac.

Além da discussão filosófica, o Manual nos apresenta regras básicas sobre o trabalho de escrever, editar e publicar um texto. Os anexos são guias práticos e fáceis de entender (minhas eternas dúvidas sobre os "porques" foram, enfim, dirimidas, graças a Deus) e no guia de procedimentos explica como tem que agir o funcionário da Folha de S. Paulo em qualquer situação.

Uma leitura para quem quer mais do que um simples "como escrever bem", uma visão dinâmica do jornalismo e um olhar acurado para dentro da redação do maior jornal do Brasil.

Sim, fui profundamente partidário agora. E se eles tivessem corcundas eu as acharia até bonitinhas, sabe?

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O que dar para o homem que tem tudo?


Será que Tim Sale tem noção do quanto
sua arte é perfeita?
 Esta pergunta foi feita por Batman em um "aniversário" de Superman, quando as histórias em quadrinhos da DC Comics passaram por sua mais significativa mudança após a Crise nas Infinitas Terras. Afinal de contas, Superman não precisava de nada, que presente dar, então?

Quando lemos "Superman - As quatro Estações" (Jeph Loeb - roteiros - , Tim Sale - desenhos - e Bjarne Hansen - cores - ) escrita há doze anos chegamos à conclusão que é mais fácil dar um presente ao homem de aço do que imaginamos. Tudo o que ele precisa é que a solidão dentro dele se vá.

Pense na história de Kal-El. Enviado de longe por seu pai, fugindo de um mundo que se destruía para salvar um mundo que ainda tinha esperanças, com capacidades especiais, pode voar, entortar aço, mudar o curso dos rios e, mesmo, da história.

A trama mosaica, criada por Jerry Siegel e Joe Shuster (judeus, lembrem-se), nos mostra alguém que passa a viver em um mundo ao qual não pertence. Não consegui evitar me identificar com Clark, adolescente, inquieto, vivendo fora de sua realidade, sabendo que, com tudo o que tinha para oferecer, tinha o peso do mundo sobre suas costas. Não há como não se sentir tocado pelo mito do herói solitário, destinado a salvar a humanidade, o Deus Ex-Machina, a força externa que todos esperam.

Pôr-do-sol: Um oferecimento de Tim Sale e Bjarne Hansen

Tanta responsabilidade, tanto peso, tanta solidão. Ele não consegue se encaixar no mundo. Smallville é muito pequena para o Superman enquanto Metropolis é muito grande para Clark Kent. Afinal, como diria Lois Lane em outra história do Superman, "você pode tirar o caipira de Smallville, mas não consegue tirar Smallville de dentro do caipira".

Por não fazer parte de nenhum destes mundos, Clark sente-se sozinho. Tem sobre si a responsabilidade de mudar o curso da realidade. Ele, a personificação da perfeição, o Super-homem Nietschiano representado em azul e vermelho, a meta, o objetivo, o príncipe encantado, citando Lois Lane novamente, sente-se só e amedrontado por sua própria perfeição.


O ícone, o totem, aquele que admiramos e reconhecemos como o melhor de nós
O medo é fruto do homem atrás da capa, Clark Kent, uma personagem muito mais forte que o arquetípico Superman. O homem cheio de medos e inseguranças, o caipira que tem o poder para dominar o mundo, mas que é remoído pela dor de não ter ajudado quando um tufão varreu Smallville. Aquele caipira que não impediu a heroína, sua fã, de morrer, aquele homem simples que entra em crise quando chega a uma conclusão diferente da que as outras pessoas chegam. "Eu posso entortar aço, mas posso entender a fragilidade da condição humana?"

A condição humana estampada nos olhos do Superman. Até os heróis têm dúvidas

Enquanto Superman se equipara a Moisés, Clark Kent é quase Lucienne Chardon, a personagem principal do livro "Ilusões Perdidas" de Balzac. O caipira que vai à cidade e é engolido por ela. Clark não se encontra. Como na música do Gil, "por ser de lá, do sertão, lá do serrado", ele quase não fala, quase não tem amigos, quase que não consegue viver na cidade sem se ver contrariado.
Isto sempre me foi caro na mitologia do homem de aço. Esta sensação de não pertencimento, este incômodo que ele sente por não fazer parte de lugar nenhum, uma melancolia que nenhum de nós, simples mortais, pode entender.

Será que não podemos mesmo?

Não há lugar como nosso lar. Um dos quadros mais bonitos das HQ's de todos os tempos

 
Justamente por entendermos como Clark se sente é que "Superman - As quatro estações" é tão bela e humana. Encontrar seu lugar no mundo não é um "trabalho para o Superman", mas para todos nós, simples humanos. "Eis o homem", podemos afirmar, apontando para o ícone, Jeph Loeb nos convida a ver além do totem, atrás dos braços que entortam aço existe um coração humano, movido pelos mesmos sentimentos, medos, inseguranças que qualquer pessoa comum tem todos os dias.

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