domingo, 24 de janeiro de 2010

E Agora José?

 “E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?”


Carlos Drummond de Andrade , do poema “José”



E agora, José? Diante de todas as dificuldades e desafios, frente às lutas do dia a dia, enfrentando a dor e o cansaço, onde podemos buscar esperança?
Perguntas demais tomam nossas mentes nos momentos de maior dificuldade em nossas vidas. Questionamentos honestos que muitas vezes fingimos não fazer, mas que no âmago de nossos corações, falando baixinho, mergulhados em nossa solidão, temos coragem de encarar:

“Onde Deus estava, que permitiu isto?”

“Dias Melhores Virão” (Thomas Nelson Brasil Editora – 2007) de Max Lucado, desfia o novelo do aparente abandono do Homem por Deus. Encarando os rudes mares de nossa vida, achamos que estamos sozinhos dentro do barco à deriva diante das ondas da depressão e da amargura, e é justamente nesta hora que Max Lucado nos mostra que Jesus está conosco no barco e que, justamente as ondas que nos fazem tremer, fazem Jesus dormir.

Entender que Deus tem sua forma de agir e pensar e que esta forma é totalmente diferente da nossa e que, por muitas vezes, é até agressiva e ofensiva, é o que Max Lucado quer nos explicar ao longo do breve texto. Enxuto, escrito sobre base bíblica, o livro mostra uma face um pouco diferente do autor, que exemplifica menos e contextualiza de forma diferente. Ao invés de trazer a bíblia para os nossos dias, Max ousa nos levar aos tempos bíblicos para que vejamos, da ótica daqueles que acompanharam Jesus, a forma como o Senhor dos Senhores age e ama.

Fruto do entendimento da forma de agir e pensar de Deus, aliás, é a compreensão de seu amor por nós. Achar que Deus está “agindo de forma estranha” é normal, justamente por que não entendemos seu amor tão grande. Tão grande a ponto de se entregar por nós.

O texto é composto por ensaios que se somam no mesmo assunto. Vê-se que foram escritos em momentos diferentes, com propósitos diferentes, mas mantém uma coerência inacreditável e uma coesão absolutamente fascinante. De fácil e breve leitura, tem conceitos úteis que podemos aplicar em toda a vida: desde em nosso relacionamento com nossos filhos até a relação com a morte e com o sentimento de vingança.

Um livro que, mais do que ser lido, deve ser aplicado justamente quando perguntamos: “E agora, Jesus?”

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